Compactação de solos - contextualização:
Compactação de solos - contextualização:

Compactação de solos - contextualização:
A compactação é a redução do índice de vazios de um solo por processos mecânicos que realizam a expulsão do ar dos vazios dos poros. O objetivo da compactação é homogeneizar o solo e melhorar suas propriedades como:
- Resistência ao cisalhamento;
- Resistência a erosão;
- Reduzir os recalques.
Abaixo temos exemplos de obras civis que utilizam solos compactados:
- Aterros compactados (construção de barragens de terra, construção de pilhas de estéril, construção de estradas, implantação de loteamentos);
- Solo de apoio de fundações diretas;
- Terraplenos (backfills) dos muros de arrimo;
- Reaterros de valas escavadas a céu aberto;
- Retaludamentos de encostas naturais.
Controle de compactação em aterros:
O controle de compactação consiste em verificar se os parâmetros empregados na compactação (adequação do equipamento compactador, espessura da camada solta, número de passadas, velocidade, dentre outros) estão conforme o especificado nos documentos técnicos. Essa verificação ocorre conferindo se o grau de compactação (GC) e o desvio de umidade (Δh) na execução estão dentro dos limites de referência das especificações e projetos.
No entanto, existe o detalhe que as camadas em uma obra precisam ser
liberadas quando recém compactadas, sendo que o solo de empréstimo empregado na
compactação é heterogêneo (não se conhece a densidade seca máxima e a umidade ótima). Além de que
só se consegue determinar a umidade do aterro (ha) no dia
seguinte (método da estufa), que é necessária para se ter o peso específico
seco de campo (γsa).

Acima informações necessárias para cálculo do grau de compactação (GC) e desvio de umidade (Δh).
Controle de compactação - método Hilf:
O ensaio de Hilf é um ensaio de compactação padronizado para obter parâmetros necessários para liberação das áreas compactadas, superando a questão da umidade do material (ha) que só fica pronta no dia seguinte. Para essa liberação a camada a ser liberada deve ser homogênea e com o teor de umidade uniformemente distribuído.
Pelo método de Hilf é possível calcular o grau de compactação (GC) e ter
um estimativa do desvio de umidade (Δh) sem a
necessidade de determinar a umidade do material (ha) e a sua
umidade ótima de compactação (hot).
A realização do ensaio engloba uma etapa de campo relativa à cravação do cilindro (NBR 9813) e o ensaio de Hilf (NBR 12102) realizado em laboratório.
O ensaio do cilindro de cravação tem por objetivo determinar a densidade aparente in situ (ρnat):
O material utilizado para o ensaio de Hilf é retirado do mesmo ponto em que foi calculada a densidade aparente in situ (ρnat) pelo método do cilindro de cravação. Esse material coletado é quarteado, e com a adição padronizada de água cada uma das amostras analisadas terá um teor de umidade. Essas amostras são compactadas a fim de se obter a densidade úmida. A partir dessa densidade úmida se faz uma correção, obtendo a densidade úmida convertida:
Cálculo da densidade úmida convertida (γuc).
Em posse da densidade úmida convertida (γuc) e da
quantidade de água adicionada (z) é traçada a curva de Hilf (traçado geométrico padronizado de retas).
Curva de Hilf obtida com os valores de ensaio.
A
abcissa (zm) do ponto obtido na curva de Hilf indica quanto de água foi necessário
acrescentar ou retirar do material natural para atingir a umidade ótima. A
ordenada da curva é a densidade úmida máxima convertida (γuc
máx).
Para o traçado da curva de compactação efetua-se o
cálculo do teor de umidade (%h) e da densidade aparente seca (γs) para o
primeiro ponto da curva de compactação. Pela afinidade entre as curvas de Hilf e de Proctor, a curva de Hilf apresenta um
pico que corresponde ao ponto de umidade ótima (hot) do Proctor:
Afinidade das curvas de Hilf e de Proctor.
Gráfico de Proctor.
O grau de compactação é a relação percentual entre a
densidade apresentada em campo e a densidade obtida em laboratório. Pela
expressão abaixo é calculado o grau de compactação (GC) na hora de liberação da
camada:
Para a estimativa do desvio de umidade pode-se adotar
um valor para a umidade ótima (hot) com base na
experiência aceitando-se um erro ou utilizando-se da hipérbole de Kucsinski que é a
relação empírica da "linha dos pontos ótimos" para solos brasileiros: